É de longa data a associação automática que se faz de que jornalistas são viciados em café - de forma generalizada, é claro, mas algum fato deve ter dado origem à crença.
Então a equipe do O Provisório Definitivo (ou seja, eu) conversou com o jornalista e atual professor de Redação 5 da Estácio, Fabio Cunha, sobre a importância do café no meio jornalístico.
Perguntei a ele se arriscaria alguma explicação para esse apego dos jornalistas em geral com a fonte de cafeína, já que o professor mesmo já havia comentado que "jornalistas são tomadores de café natos".Após uma leve insistência minha, fomos à conversa:
Fabio Cunha: "Sem nenhum critério científico, claro, não sei se dá para generalizar que os jornalistas são bichos viciados em cafezinho. Acho que já foram mais. Nos tempos em que os jornais eram fechados de madrugada, o café era essencial. O cigarro era permitido nas redações (foi banido mais tarde, não por fazer mal aos profissionais, mas sim por fazer mal aos computadores...)"
Sim, é irônico. Quem liga para pulmões, afinal?
Eu: "Ah, claro que não é todo jornalista que é viciado em café, mas existe essa associação natural. Faz sentido que seja por causa do horário do fechamento."
Fabio Cunha: "Sim, eu diria isso. Mas olha que interessante: a busca não era pelo prazer do café, mas sim pelas propriedades. O que se queria era a energia, o despertar. Na época, a saída era o café. Bom, entre as substâncias legais, claro."
Entendido. Sem mais comentários. E desculpem a interrupção. Como o entrevistado ia dizendo...
Fabio Cunha: "Talvez se formos às redações de hoje, povoadas por jornalistas mais jovens, provavelmente veremos até energéticos fazendo esse papel. O consumo de café também está associado à facilidade de acesso e disponibilidade. No estadão, onde o café era de graça, o pessoal bebia mais. Na Folha, onde o café era vendido, via menos gente tomando. Interessante. Mas, repito, sem nenhuma base estatística ou científica. Apenas percepções."
E é claro que eu não podia deixar de perguntar: "Você bebe café?"
Fabio Cunha: "Sim. Bebo. Pelo menos um pela manhã, um após o almoço e uns dois à tarde. À noite, nos dias de aula, dois. Ah, e eventualmente no meio da manhã ou à tarde, quando há alguma reunião. café e reunião combinam muito bem."
Pelo visto o professor é outro grande responsável pela quantidade de café consumida na faculdade.
terça-feira, 3 de junho de 2008
Café com entrevista
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